Menino de quatro anos encontrado morto numa praia

Espanha acordou em estado de choque após a trágica descoberta do corpo de Lucas, um menino de quatro anos encontrado morto numa cabana da praia de El Cargadero, em Garrucha, na província de Almería. O caso, revelado na noite de quarta-feira, rapidamente tomou proporções nacionais depois de ser confirmada a detenção da mãe da criança, uma jovem de 21 anos grávida de cinco meses, e do seu namorado. Ambos enfrentam agora suspeitas dos crimes de homicídio e maus-tratos.
De acordo com fontes da investigação citadas pela Europa Press, a autópsia preliminar indicou sinais evidentes de violência física e sexual no corpo do menor, o que levou de imediato à intervenção judicial. Os detidos, de origem venezuelana, foram presentes a tribunal no sábado e ficaram em prisão preventiva. O namorado da mãe tinha inclusive uma ordem de restrição que o impedia de se aproximar dela, acrescentando ainda mais perplexidade ao caso.
A descoberta do corpo ocorreu por volta das 23h30 locais, horas depois de o pai biológico — que estava fora da cidade — ter alertado as autoridades para o desaparecimento do filho. A denúncia surgiu após receber uma mensagem perturbadora enviada pela ex-companheira com a localização da criança e a frase: “Acho que matei o meu filho. Abandonei-o numa cabana na praia.” Antes disso, uma tia já tinha recorrido às redes sociais para apelar a informações, revelando que também recebera mensagens inquietantes da jovem mãe.
A comunidade local descreve este caso como “a crónica de uma morte anunciada”. Segundo vizinhos, Lucas vivia com medo e era frequentemente visto com hematomas, cortes e até braços imobilizados. Faltava muitas vezes à escola e, quando ia, chegava sozinho. Está ainda a circular um vídeo arrepiante nas redes sociais em que o companheiro da mãe surge a abanar e a agredir a criança, que chora desesperada. Apesar disso, as autoridades pedem cautela até que todas as imagens e provas sejam oficialmente validadas.
A comoção tomou conta de Garrucha e dezenas de pessoas reuniram-se na quinta-feira para um minuto de silêncio em memória de Lucas. Entre elas estava o avô materno, que, emocionado, afirmou inicialmente acreditar no amor da filha pelo menino, mas no sábado endureceu o discurso: “Se a minha filha for culpada, terá de pagar.” O país exige respostas rápidas e justiça para uma criança cuja curta vida parece ter sido marcada por medo, violência e abandono.







